O Rio de Janeiro foi o único estado brasileiro a registrar queda absoluta no número de católicos com mais de 25 anos entre 2010 e 2022, segundo os dados do Censo divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (06/06). Foram cerca de 350 mil pessoas a menos se declarando católicas apostólicas romanas, numa trajetória de perda de fiéis que se acentuou na última década.
Em 2010, a diferença entre o número de católicos e evangélicos no estado ainda era folgada — mais de 1,7 milhão de pessoas. Doze anos depois, essa vantagem encolheu para 1 milhão. Em números absolutos, o Censo 2022 mostra que o Rio tem hoje 5,5 milhões de católicos e 4,5 milhões de evangélicos. Vale notar que enquanto a Igreja Católica é uma única entidade, os que se qualificam como evangélicos fazem parte de mais de mil denominações e igrejas diferentes que não necessariamente defendem as mesmas idéias e cultos, encarados como um só apenas para os fins da pesquisa.
Mas os dados revelam mais do que a disputa entre as duas maiores tradições cristãs do país. O Rio aparece como o estado com a maior proporção de espíritas do Brasil: 3,5% da população (quase 500 mil pessoas). Também lidera o ranking de pessoas sem religião — 16,9% dos moradores, ou seja, mais de 2,7 milhões de fluminenses, não se identificam com nenhum credo. A Umbanda segue presente com força no estado, com 365 mil praticantes declarados.