Com a chegada do outono e a aproximação do inverno, o Brasil vê um aumento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo dados do Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 31 mil notificações suspeitas foram registradas até abril de 2025 — número que tende a crescer nas próximas semanas, com a chegada do inverno.
Entre os principais vírus associados ao agravamento dos quadros respiratórios estão o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o rinovírus e o SARS-CoV-2 (Covid-19), responsáveis por 29,6% dos casos cada um, conforme divulgado pelo boletim.
A infectologista Márcia Garnica, do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da Rede Américas, explica que a SRAG é caracterizada por uma piora significativa dos sintomas respiratórios causados por agentes infecciosos. “Em vez de uma tosse leve e coriza, o paciente a a ter falta de ar constante e queda na saturação de oxigênio. Valores abaixo de 95% já são considerados perigosos”, alerta.
Doenças respiratórias causadas por influenza A e B, Covid-19, VSR, rinovírus, adenovírus e parainfluenza podem evoluir para a forma grave caso não sejam tratadas de forma adequada. Os sintomas mais comuns da SRAG incluem tosse persistente, dificuldade para respirar, febre, chiado no peito e cansaço extremo. Em casos severos, a insuficiência respiratória exige internação hospitalar com e ventilatório.
De acordo com Christine Tamar, coordenadora da pediatria do CHN, crianças menores de 2 anos são as mais vulneráveis, principalmente quando infectadas por influenza e vírus sincicial respiratório. “Hoje, o VSR está presente em até 75% dos casos de bronquiolite e em 40% das pneumonias nessa faixa etária. Já o rinovírus tem mostrado forte presença em crianças entre 5 e 14 anos”, pondera.
Prevenção é essencial
A vacinação é uma das principais ferramentas para conter o avanço da SRAG. Estão disponíveis no sistema público e em clínicas privadas as vacinas contra a gripe, a Covid-19 e, mais recentemente, o VSR — este último especialmente indicado para gestantes, idosos e pessoas com comorbidades. Anticorpos monoclonais também surgem como alternativa de proteção para bebês, principalmente os recém-nascidos.
Diante de sintomas respiratórios persistentes ou intensos, os especialistas orientam que a busca por atendimento médico seja imediata. “Quanto mais cedo o vírus causador da doença respiratória for tratado, menos chances o paciente terá de desenvolver a síndrome respiratória em sua forma mais grave”, finaliza Christine.