Mounjaro e o Risco Estético: Especialistas alertam para os efeitos colaterais do uso indiscriminado da nova “caneta emagrecedora”

Com previsão de chegada ao Brasil em junho de 2025, tirzepatida entra na mira da obsessão pelo emagrecimento rápido e levanta preocupações sobre flacidez, perda de massa magra e danos à autoestima

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

A estreia do Mounjaro (tirzepatida) no mercado brasileiro, prevista para junho de 2025, já provoca alerta entre médicos e especialistas da saúde estética. Embora aprovado pela Anvisa exclusivamente para o tratamento do diabetes tipo 2, o medicamento vem sendo amplamente procurado por pessoas saudáveis em busca de emagrecimento rápido — uma tendência impulsionada por redes sociais, celebridades e a busca incessante por um corpo magro, muitas vezes sem qualquer orientação médica adequada.

Seguindo o caminho de popularização de outros injetáveis, como Ozempic e Wegovy, o Mounjaro é a nova aposta de quem deseja perder peso sem mudanças no estilo de vida. No entanto, os efeitos colaterais vão muito além da balança. Entre os principais riscos estão a perda de massa magra, alterações metabólicas, dependência psicológica e, especialmente, o excesso de pele — mesmo em pacientes que não eram obesos.

“A perda de peso rápida e sem acompanhamento adequado provoca uma flacidez acentuada e desproporcional. Muitas pessoas que emagrecem 6, 8 ou 10 quilos com o uso dessas canetas, sem prática de exercícios ou reeducação alimentar, acabam com sobra de pele em braços, abdômen e rosto. Isso gera frustração estética e emocional”, alerta a cirurgiã plástica Meiéve Corralo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SB).

Segundo ela, tratamentos preventivos como radiofrequência, bioestimuladores de colágeno e tecnologias como o Ultraformer MPT podem auxiliar na retração da pele, especialmente quando iniciados junto ao processo de emagrecimento. Mas, em muitos casos, o impacto estético só é percebido após a perda de peso — e a reconstrução corporal a a ser uma demanda urgente.

Procedimentos como abdominoplastia, lifting facial, braquioplastia e lipoenxertia têm sido cada vez mais procurados por um novo perfil de paciente: jovens, ativos nas redes sociais e, muitas vezes, usuários das chamadas “canetas da magreza” por conta própria. “Eles chegam ao consultório em busca de algo mais profundo: voltar a se reconhecer no próprio corpo”, explica Corralo.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui