Orla do RJ vê crescer poluição em relação ao acúmulo de máscaras descartáveis

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Máscara descartável jogada na areia da Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio - Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

O momento de pandemia pelo qual estamos ando traz ”novidades” não apenas no aspecto de medidas de segurança que devemos tomar para evitar a disseminação do Coronavírus, como a higienização constantes das mãos e o distanciamento social, mas também em relação à poluição. Nas águas do Rio de Janeiro, por exemplo, saem de cena os saquinhos plásticos e entram as máscaras descartáveis. Nas últimas terça (28/07) e quinta-feira (30/07), isso foi visto de perto pelo fotógrafo Ricardo Gomes, formado em Biologia Marinha pela UFRJ e diretor do Instituto Mar Urbano. Ele percorreu algumas praias cariocas – como Ipanema, onde registrou o utensílio de proteção boiando no mar – e a Baía de Guanabara.

”Desde que liberaram, em julho, atividades nas praias, tenho visto essas máscaras no mar. Vale lembrar que enxergamos na superfície apenas 15% do lixo oceânico. Se encontramos algo boiando, é só a ponta de um iceberg”, diz o fotógrafo.

A Enseada de Botafogo – vista com águas cristalinas no dia 18/05, vale dizer – também tem sido ”alvo” das máscaras descartáveis, assim como o Arpoador e a ”Praia do Plástico”, no Fundão. A orla da Ilha do Governador, inclusive, é onde mais costuma haver acúmulo do utensílio.

Máscara descartável boiando no mar do Rio de Janeiro – Foto: Agência O Globo

”Em 30 anos, o plástico virou o item mais visto nos mergulhos marítimos, mas agora é como se, de uma vez só, tivesse surgido uma ‘espécie nova’ de lixo no ambiente aquático. Tartarugas e peixes já devem estar comendo as máscaras porque elas lembram muito uma água-viva”, complementa Ricardo Gomes.

Fundador do Movimento Baía Viva, o ambientalista Sérgio Ricardo Verde, por sua vez, diz que, embora as informações ambientais no Rio de Janeiro sejam uma ”caixa-preta”, sabe-se que, até os Jogos Olímpicos de 2016, a quantidade de lixo flutuante nas águas da cidade era estimada em cerca de 90 toneladas. No dia 30/03, ainda no início da pandemia no Brasil, a ONG formalizou uma denúncia a promotores federais e estaduais acerca do risco de infecção nas estações de esgoto, e solicitou um plano de contingência.

”A responsabilidade de tirar esse novo lixo do ambiente é da indústria, que tem de financiar um coleta seletiva, o que não acontece”, explica Sérgio Ricardo.

O DIÁRIO DO RIO tentou contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para falar sobre o acúmulo de máscaras na orla, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.

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