A recente derrota do prefeito Eduardo Paes na Câmara Municipal não é apenas um revés político — ela escancara um padrão de comportamento que merece ser analisado com mais profundidade. Inspirado no artigo “O Realismo Fantástico de Eduardo Paes”, de Quintino Gomes Freire, este texto propõe uma reflexão crítica sobre os riscos da vaidade em excesso no poder, a dificuldade de lidar com o contraditório e os traços de personalidade que podem comprometer a democracia.
Um artigo que instiga, uma pergunta que incomoda
Ao ler o excelente artigo de Quintino Gomes Freire, publicado neste Diário do Rio sob o título “O Realismo Fantástico de Eduardo Paes”, é impossível não se inquietar com a pergunta que o texto, mesmo sem dizer abertamente, suscita: que tipo de comportamento é esse que se recusa a reconhecer derrotas políticas evidentes, que projeta culpa em todos os outros e que insiste em manter uma fantasia de domínio absoluto sobre a cidade?
Veja esse artigo no seguinte sítio: /o-realismo-fantastico-de-eduardo-paes/
O texto descreve um prefeito que parece alheio à realidade institucional da cidade que governa, que se porta como se tivesse direito divino ao poder, e que age como se os vereadores não fossem representantes legítimos da população, mas apenas carimbadores de seus projetos pessoais.
Quando contrariado, ataca. Quando criticado, desvia. Quando derrotado, nega. E quando é chamado à responsabilidade, finge não ouvir. Como se ainda estivesse em palanque — só que agora cercado não por eleitores, mas por aliados e bajuladores que reforçam sua desconexão com a realidade.
A desconexão entre imagem e realidade
Aquele artigo menciona que, após sofrer uma derrota na Câmara com a retirada de pauta do projeto da Força de Segurança Municipal, o senhor Prefeito reagiu com ataques públicos aos vereadores que am uma emenda. A reação é reveladora: em vez de reconhecer uma derrota legítima, ou negociar uma solução institucional, Paes preferiu recorrer à humilhação e à exposição, como se estivesse lidando com subordinados e não com representantes eleitos.
Esse tipo de atitude levanta um ponto sensível: quando o governante a a confundir a cidade com sua propriedade, a democracia com uma formalidade, e os adversários com traidores pessoais, talvez estejamos diante de algo que vai além da política.
Um olhar clínico sobre a vaidade em excesso
Não sou psicólogo e muito menos psiquiatra. Sou apenas um curioso atento — e, como muitos sabem, também um leitor contumaz, que estuda e observa comportamentos públicos com interesse e espírito crítico. Ao me deparar com atitudes como as descritas no excelente artigo de Quintino Gomes Freire, é difícil não lembrar das descrições clínicas amplamente difundidas do chamado Transtorno de Personalidade Narcisista, um distúrbio catalogado na literatura médica e psiquiátrica contemporânea.
Esse transtorno é caracterizado por um padrão persistente de grandiosidade, necessidade de iração e falta de empatia, geralmente iniciado na vida adulta jovem, e que se manifesta de maneira invasiva em contextos pessoais, profissionais e sociais.
Segundo as descrições clínicas mais aceitas, entre os sinais mais comuns estão:
- Grandiosidade
- Necessidade excessiva de iração
- Falta de empatia
- Comportamento explorador
- Arrogância e senso de superioridade
- Inveja e paranoia de ser invejado
- Falta de limites
- Exigência de privilégios
- Exagero de conquistas não realizadas
- Monopolização de conversas e desprezo pelo outro
- Dificuldade em lidar com o contraditório
Prezada leitora, prezado leitor, ao percorrer esta lista de comportamentos acima, aposto que você já reconheceu traços parecidos em algum governante próximo. A arrogância que se disfarça de liderança, a recusa em aceitar críticas, a certeza de que tudo gira ao redor de sua vontade — são atitudes que se repetem com rostos e discursos diferentes. O problema é que, quando esses traços escapam da esfera pessoal e contaminam a vida pública, o prejuízo é coletivo — e, por vezes, irreparável.
Esses traços não surgem ocasionalmente — eles se manifestam de forma repetida e estruturada, afetando a maneira como o indivíduo se relaciona com o mundo e com os outros. Quando essas características se sobrepõem ao interesse coletivo e às responsabilidades institucionais de um cargo público, o dano é ainda mais profundo: o gestor deixa de governar para a sociedade e a a governar para si mesmo — e para sua imagem.
Esse tipo de comportamento compromete profundamente a convivência em grupo, prejudica a construção de consensos e torna insustentável qualquer ambiente em que o contraditório é necessário — como é o caso da política.
A política como espelho do ego
Quintino faz uma comparação certeira: Eduardo Paes lembra Michael Schumacher em seus tempos áureos — invencível, mas sem adversários à altura. A diferença é que, ao contrário das pistas de Fórmula 1, a política democrática é feita de freios, contrapesos e acordos. E não há troféus para quem atropela os outros no caminho.
A política exige escuta, negociação, maturidade institucional. E essas virtudes parecem cada vez mais ausentes na gestão de Paes — substituídas por uma autoconfiança inflada, uma intolerância ao contraditório e um personalismo cada vez mais autoritário.
O comportamento de “pai da cidade”, que diz para a população “se comportar” quando viaja, ou que tenta transformar adversários em vilões, é mais do que arrogante: é infantilizante, quase fantasioso. Como se o prefeito estivesse interpretando um papel — o protagonista absoluto de um Rio que existe apenas em sua cabeça.
O risco de um gestor que acredita em seu próprio mito
A vaidade excessiva no poder não é apenas um traço de personalidade: pode se tornar um risco concreto à democracia e à governança. Líderes que não reconhecem limites são perigosos — não apenas porque erram, mas porque se cercam de quem tem medo de dizer que eles erraram.
O caso da emenda que retirou o projeto de segurança da pauta na Câmara é emblemático: em vez de tentar reconstruir pontes, Paes dobrou a aposta no confronto. Em vez de itir que havia ruídos na base, preferiu atacar nominalmente os parlamentares — algo que viola os princípios mínimos de convivência política e institucional.
O prefeito parece mais empenhado em vencer narrativas do que em istrar. Em manter sua imagem do que em construir soluções reais. E, pior: quanto mais desafiado, mais reativo — e mais isolado — ele fica.
A cidade não é o espelho de ninguém
O Rio de Janeiro não é um palco de vaidades, nem uma extensão da identidade de seus prefeitos. A cidade é viva, múltipla, institucional. Precisa de liderança, mas também de humildade. De firmeza, mas também de escuta. De estratégia, mas também de empatia.
Se Eduardo Paes realmente pretende disputar o governo do Estado — e, quem sabe, até a Presidência da República, como tudo indica —, deveria começar por rever suas próprias atitudes. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) certamente não será tão maleável quanto ele imagina, nem tão submissa quanto tem sido, em muitos momentos, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ). Os desafios do estado exigirão um perfil muito mais articulador e menos centralizador — mais político, no melhor sentido do termo, e menos palanqueiro.
Há quem diga que Paes já mudou antes: de “xerifão” a “bonachão”. Talvez esteja na hora de mudar de novo. Mas, para isso, será preciso algo raro: reconhecer que o problema não está sempre nos outros.
Quando o tom sobe demais, até o samba desafina
O Brasil está cansado de lideranças que confundem arrogância com força, e vaidade com carisma. O Rio de Janeiro, mais ainda. A cidade precisa de governantes que saibam somar, ouvir, ceder, compor. Não de atores em busca de aplauso fácil.
Como disse muito bem Quintino, “quando o tom sobe demais, até o samba desafina”. E se o prefeito quiser continuar no jogo grande, terá que trocar o espelho pela escuta. A vaidade pela razão. E a fantasia pela realidade.
Antes que o enredo vire tragédia.
Hoje! Temos um prefeito que é não só narcisista no efeito da doença. Mas, mal de caráter, explorador e inimigo do funcionário público. Estes que estudaram, fizeram concurso e se dedicam à décadas ao serviço de excelência para a população.
A política de Eduardo Paes (e coadjuvantes) é destruir a prefeitura e alimentar o próprio bolso.
Detalhe:
Não sei daonde vem essa impáfia do prefeiteco,visto q nas últimas eleições ele perdeu para as abstenções!!!
Voto nele pra ele ser um novo Chico Recarey ou Ricardo Amaral…só isso…
O resto do estado nem conhece esse narciso ridículo
Parabéns pela descrição da personalidade narcisistica…se encaixa perfeitamente…não só para ele ,como para a trinca de amigos…ele,Lule e Sergio Sorrisinho Cabral!!
Prezada Cristina, obrigado. Que bom saber que o artigo foi de seu agrado. Um abraço. Antônio Sá
Quando não contemos o “Narciso” dentro do peito, ele pula pra fora e nos engole. Na escadaria do ego, o final é sempre um belo tombo e uma antipatia generalizada so redor do egocêntrico.
Muito bom esse seu texto, Silvio. Grato por o compartilhar. Um abraço. Antônio Sá
Eduardo Paes tem horror da guarda municipal!
De Guarda Municipal e de servidor público concursado, Geisy. Ele gosta de terceirizados e contratados, pois estes não têm compromisso com a legislação e sim com quem os contrata. Uma pena para a prefeitura. Um abraço. Antônio Sá
Parece que o gabinete do CarluXo soltou as mentiras para seus Zumbis espalharem…
O fato é que o Estado do Rio e a segurança estão entregues as traças e os nobres vereadores do PL seguem sabotando a cidade.
Grato pela informação, Armando. Um abraço. Antônio Sá
irretocável esse artigo, descreveu na íntegra esse prefeito que mais parece um senhor feudal. mas… nada está tão ruim que não possa piorar, será infelizmente o próximo governador, já está manipulando a mídia e tudo o mais para isso acontecer. QUE DEUS NOS AJUDE!
Que bom saber que o artigo foi de seu agrado, Rogério. Sim, infelizmente, a situação pode piorar mais. Um abraço. Antônio Sá
?? *A VERDADE SOBRE A GUARDA MUNICIPAL* ??
*O PREFEITO ESTÁ MENTINDO PRA VOCÊ!*
? *NÃO À MILÍCIA DO DUDU!*
? Somos cerca de 7.000 guardas municipais concursados.
?? Trabalhamos há décadas para proteger você e sua família.
? Ganhamos, em média, R$ 2.500 por mês.
? Fizemos concurso, amos por treinamento e temos compromisso com a lei.
*O QUE O PREFEITO QUER FAZER?*
? Criar uma tropa armada temporária, sem concurso.
? Pagar R$ 13.000 por mês para 4.200 contratados.
? Ignorar a Guarda Municipal que já existe.
? Repetir um modelo inconstitucional e perigoso.
? Esses temporários podem ficar até 6 anos, sem estabilidade e sem controle.
? Terão o a armas, patrulhamento e dados sensíveis.
? Um risco real de alimentar milícias e interesses políticos.
*SEGURANÇA PÚBLICA É COISA SÉRIA!*
? NÃO queremos improviso, politicagem ou vaidade.
? Queremos respeito à lei, à cidade, ao cidadão e aos servidores.
? *DIGA NÃO À TROPA TEMPORÁRIA ARMADA!*
? DIGA NÃO AO PLC 13/2025!
?DIGA NÃO A MILÍCIA DE EDUARDO PAES!
? *VALORIZE QUEM JÁ PROTEGE O RIO DE VERDADE!*
*GUARDAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO*
*Por respeito. Por segurança. Por você.*
Concordo contigo, Cristina. Um abraço. Antônio Sá
?? *A VERDADE SOBRE A GUARDA MUNICIPAL* ??
*O PREFEITO ESTÁ MENTINDO PRA VOCÊ!*
? *NÃO À MILÍCIA DO DUDU!*
? Somos cerca de 7.000 guardas municipais concursados.
?? Trabalhamos há décadas para proteger você e sua família.
? Ganhamos, em média, R$ 2.500 por mês.
? Fizemos concurso, amos por treinamento e temos compromisso com a lei.
*O QUE O PREFEITO QUER FAZER?*
? Criar uma tropa armada temporária, sem concurso.
? Pagar R$ 13.000 por mês para 4.200 contratados.
? Ignorar a Guarda Municipal que já existe.
? Repetir um modelo inconstitucional e perigoso.
? Esses temporários podem ficar até 6 anos, sem estabilidade e sem controle.
? Terão o a armas, patrulhamento e dados sensíveis.
? Um risco real de alimentar milícias e interesses políticos.
*SEGURANÇA PÚBLICA É COISA SÉRIA!*
? NÃO queremos improviso, politicagem ou vaidade.
? Queremos respeito à lei, à cidade, ao cidadão e aos servidores.
? *DIGA NÃO À TROPA TEMPORÁRIA ARMADA!*
? DIGA NÃO AO PLC 13/2025!
?DIGA NÃO A MILÍCIA DE EDUARDO PAES!
? *VALORIZE QUEM JÁ PROTEGE O RIO DE VERDADE!*
*GUARDAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO*
*Por respeito. Por segurança. Por você.*
Assino embaixo, Cristina. Um abraço. Antônio Sá
O prefeito brinca com cidade, fazendo dela o que ele bem entende, mesmo que isso signifique desrespeito ao cidadão e as leis, a ele nada disso interessa, ele está tão cego que não vê que está sem máscara e exposto.
Exato, Kartimen, você está com tirata razão. Um abraço. Antônio Sá
Ok, dito isto: Paes governador do RJ em 2026.
Grato pela informação complementar, Maria. Um abraço.Antônio Sá
Terceira matéria distorcendo os fatos sobre o mesmo assunto em menos de 2 dias? Isso é pago?
Os mesmos que querem distribuir armas para qualquer despreparado e para CACs, que vemos diariamente na mídia envolvidos com milicianos, são esses que querem proibir guarda armada da prefeitura?
Criar uma NOVA guarda armada não desvaloriza a Guarda Municipal atual. Ou será que vamos misturar exército, PRF, PF, PM, P.Civil,…? Cada um tem seu papel.
Se são concursados,tem estabilidade.
A propósito, tendo um treinamento adequado, não seria melhor para os tais neoliberais que a guarda não fosse concursada?
Pura hipocrisia partidária que sempre busca a oposição pela oposição em nome do poder.
Quem sempre perde com isso é a cidade e seu povo.
O prefeito não é Santo, mas não se submeter a chantagem do Centrão (PL) é um mérito, muito diferente do que tenta colocar no texto como sendo uma afronta “institucional”.
Pior ainda quando a crítica vem dos mesmos que atacam todas as instituições e a política para tentar se eleger com mentiras.
Grato pelo comentário, Armando. Um abraço. Antônio Sá
Perfeitamente! Enquanto isso, escreve aqui a família Amorim, que tem o verador Rogério Amorim como líder do PL na Câmara e oposição ao Paes, e que recentemente teve um ex-assessor preso por assalto a residência e justificou o motivo a situação falimentar que vivia. Como um assessor de vereador que recebia mais de 15mil por mês estava tão pobre assim?
Grato pela informação complementar. Jon. Um abraço. Antônio Sá
É, Armando, você não leu meu artigo. Nele, se fala que quem tem que ser armada é a Guarda e não contratados temporariamente sem concurso. Leia meu artigo antes de o criticar. É o mínimo que você deveria fazer. Mas grato mesmo assim pelo comentário. Um abraço. Antônio Sá
Criar uma “nova guarda” é inconstitucional. Não há previsão legal. Eduardo Paes está enganando a população com esse assunto. Quando na verdade, quer criar argumentos, de forma errônea, para ter o que dizer sobre segurança pública na disputa para governador.
Perfeitos seus comentários, Roberto. Um abraço. Antônio Sá